ES e MG criam travessia para colocar o Caparaó no cenário internacional do turismo de aventura

ES e MG criam travessia para colocar o Caparaó no cenário internacional do turismo de aventura


Travessia dos 7 Cumes terá um percurso de cerca de 60 km, atravessando picos famosos, como o Pico da Bandeira. A experiência dura quatro dias e chega a quase 3 mil metros de altitude. Vista do alto do Pico da Bandeira, na região do Caparaó, no Espírito Santo
Reprodução/ TV Gazeta
Uma nova travessia quer colocar o Parque Nacional do Caparaó no cenário internacional do turismo de aventura. Espírito Santo e Minas Gerais se uniram para criar a Travessia dos 7 Cumes, um percurso de cerca de 60 km de trilhas, com hospedagens, experiências turísticas, cafeterias, restaurantes, trilhas, piscinas naturais e cachoeiras.
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A Travessia dos 7 Cumes será uma experiência de trekking de alta performance, com duração de quatro dias e três noites, passando por terrenos que incluem campos de altitude, brejos e matas nativas. A expectativa é de que atraia interessados em se preparar para travessias de nível de maior dificuldade, comparado até com o Everest.
A travessia contará com subidas que chegam a 2.891 metros de altitude, no Pico da Bandeira, o terceiro ponto mais alto do Brasil.
⛰ Os 7 picos da travessia são:
Pico da Bandeira – 2.892 metros (terceiro ponto mais alto do Brasil)
Pico do Calçado – 2.849 metros
Pico do Cristal – 2.770 metros
Pico do Tesouro – 2.620 metros
Pico do Tesourinho – 2.584 metros
Pedra Roxa – 2.649 metros
Cruz do Negro – 2.658 metros
O projeto tem lançamento previsto para outubro e é uma iniciativa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae), além do Sebrae de Minas Gerais.
Parque Nacional do Caparaó, no Espírito Santo
Divulgação/ Sebrae-ES
Empresários veem essa novidade com grande expectativa. Isso porque a travessia deve movimentar o turismo e vários setores da economia de municípios da região, também criar oportunidades de negócios, gerar emprego e renda para os moradores, além de atrair novos empreendedores.
Visibilidade internacional para a região do Caparaó
O objetivo do projeto é criar um produto de turismo de aventura que atraia visitantes do mundo inteiro. Portanto, atrair novos públicos e não apenas os visitantes internos.
“Nós, de fato, damos ao Parque Nacional do Caparaó um sentido muito forte. Os turistas hoje vêm só ver o Pico da Bandeira e voltam. Com a travessia, garantimos a permanência mais longa para além do pico, com maior riqueza para o turismo da região”, afirmou o diretor-superintendente do Sebrae-ES, Pedro Rigo.
Inicialmente, 150 empreendimentos compõem a primeira fase do projeto. A instituição atua na preparação dessas pequenas empresas, com treinamentos e capacitações dos empreendedores da região, para que elas alcancem as agências nacionais. São elas que vão ajudar a divulgar o atrativo.
“Preparamos o empreendedor para a economia do turismo. Além de ser um grande estímulo para as entidades que atuam no território, é um exemplo de que juntos podemos fazer a diferença”, concluiu Rigo.
É o caso do empresário Mário Martins. Dono de uma pousada em Dores do Rio Preto, Mário acredita que o projeto pode abrir um leque de opções turísticas. Ele é apenas uma das vertentes que podem se beneficiar com a criação da Travessia dos 7 Cumes.
“Muita gente não enxerga o Caparaó como um destino. Para nós, vai ser fantástico. A junção dos dois Sebraes está permitindo fazer isso com o Caparaó, dando suporte para os empreendedores”, afirmou.
Para Mário, a inserção do Caparaó no cenário internacional de turismo também vai aumentar a preocupação com a sustentabilidade.
“Vai ampliar a divulgação sobre o nosso parque e qualificar também os visitantes que recebemos, vindo pessoas com mais consciência ambiental. Isso também puxa de nós a mesma visão, de maior respeito com o meio ambiente”, completou.
Jorge é proprietário de uma empresa de turismo de natureza no Caparaó, no Espírito Santo, há 20 anos
Arquivo Pessoal/ Jorge Adriano
O empresário Jorge Adriano é proprietário de uma empresa de turismo de natureza na região há 20 anos. Ele também está animado com a chegada de um novo público.
“Apesar de termos o terceiro pico mais alto do Brasil, o Parque Nacional do Caparaó não consegue atrair o montanhismo de alta performance. É um tipo de cliente que faz Everest, Aconcágua, Kilimanjaro. Essa travessia vai ter um nível de dificuldade que não temos no Brasil, um projeto inédito. É um público que a gente sempre quis ter aqui”, afirmou.
Jorge também acredita que a travessia vai abrir muitas oportunidades para a região. “Esse turista não vai só fazer a travessia. Nós temos outros atrativos que conseguimos oferecer. Muitas atividades. Podemos mesclar com gastronomia, tour nas fazendas de café, cachoeiras… Dá para aproveitar bastante”, concluiu.
O Sebrae e os empresários são unânimes ao dizer que o projeto vai movimentar uma cadeia produtiva que já atua nas cidades da divisa entre o Espírito Santo e Minas Gerais. Mas com a travessia, esses negócios serão potencializados.
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Prefeituras enxergam oportunidade
O Parque Nacional do Caparaó abrange várias cidades, tanto no Espírito Santo, quanto em Minas Gerais. Do lado capixaba, as principais cidades são Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Ibitirama e Iúna.
Pico da Bandeira, no Parque Nacional do Caparaó, no Espírito Santo, está na lista do projeto da Travessia dos 7 Cumes
Reprodução/ TV Gazeta
Embora a Travessia do 7 Cumes aconteça em pontos específicos, a expectativa é de movimentar o turismo de forma ampla, no entorno do parque.
O projeto vai trazer protagonismo para os municípios da região, com afirma o subsecretário de Turismo de Irupi, Weuller Souza.
“Para gente, é muito importante estar nisso. Vai trazer um certo protagonismo. Essa expedição tem potencial de se tornar uma preparação para o Everest. A gente está bem animado. É uma conquista de toda a região”, disse.
Irupi é um município que cresceu em torno da cultura do café. O turismo de aventura promete movimentar a região como um todo. É mais uma opção no leque de oportunidades.
“Isso impulsiona a atividade turística da região, não só do parque. Incentiva o ecoturismo, fortalece os empreendimentos da região. A gente está despontando como um destino por termos os melhores cafés do Brasil. É um atrativo para o turista”, completou.
Tanto para os empreendedores quanto para os municípios, o Sebrae atua com capacitação para os atores dessa cadeia econômica, fomentando turismo. Entre os serviços, estão conhecer melhor o produto (neste caso, as belezas naturais que existem no local), ensinar a aproveitar melhor os potenciais que a região oferece, qualificar a mão de obra para oferecer sempre o melhor serviço.
Parque Nacional do Caparaó
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Criado em 24 de maio de 1961, o Parque Nacional do Caparaó é um dos destinos mais procurados pelos adeptos do montanhismo no Brasil. O local abriga cachoeiras, piscinas naturais e paisagens deslumbrantes da região.
Entre os atrativos, estão as belezas naturais, cachoeiras e os cafés especiais produzidos na região.
O parque é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e possui 31.800 hectares de área localizado na divisa entre Espírito Santo e Minas Gerais. Ao todo, ocupa sete cidades do lado capixaba e quatro do lado mineiro. Cerca de 80% do parque está no estado capixaba.
O que é a Travessia dos 7 Cumes do Caparaó?
A Travessia dos 7 Cumes é uma experiência de turismo de aventura, com caminhadas de longa duração. O percurso conta com subidas que chegam a 2.891 metros de altitude, no Pico da Bandeira.
Somente o Pico do Cristal fica no lado mineiro do Parque Nacional do Caparaó. Todos os outros estão no lado capixaba, espalhados pelas cidades da região.
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